Modelos de tipologia
do consumidor
Administradores criam tipos de consumidores para maior facilidade no desenvolvimento de seu trabalho. As discussões sobre marketing sempre se inicia pelo público-alvo, utilizando-se dos critérios de tipologia. Criando assim algumas generalizações e classificações, para facilitar neste processo.
Na generalização, observa-se
eventos que são repetidos na maioria das vezes, criando assim posteriormente
uma classificação, que coloca dentro desta generalização um evento particular
que os diferencia. Em marketing os dois recursos são muito utilizados em
segmentos de mercados, buscando grupos que permitam a generalização e
classificação para melhor oferecer o produto. Um dos grandes motivos de se
generalizar e classificar consiste na facilidade de se explicar um evento
isolado. Um plano de marketing, ao considerar um público-alvo, pode utilizar as
classificações de desejos e comportamentos para identificar o tipo de segmento
e planejar as vendas.
Mas aí fica uma dúvida: quantas classificações
existem?
As classificações são infinitas,
já que cabe a cada negócio e produto definir seu consumidor típico. O gerente
do produto que deve pesquisar seu público-alvo e definir suas tipologias, pois
usar as tipologias de outros produtos com outros consumidores, pode acarretar
no fracasso de investimento. Apesar de serem diferenciadas, as tipologias se
agrupam em alguns fatores: conjuntos da variáveis demográficas, os traços de
personalidade, os estilos de vida, as variáveis comportamentais específicas do
momento da compra e consumo.
Critérios Demográficos: Chamamos
de demográfica a divisão dos grupos humanos em alguns aspectos, como idade,
sexo, classe social, ocupação, estado civil, moradia, entre outras coisas.
Quanto mais criterioso forem os critérios, mas fácil fica de se imaginar o tipo
de consumidor para aquele produto. É como imaginar uma fotografia do mesmo, e
quando mais detalhes nela tiver, mais facilmente se entenderá a imagem. Também
oferece informações sobre as mudanças de grandes contingentes, por exemplo, o
envelhecimento da população brasileira.
Características de personalidade: As
tipologias são apoiadas por correntes em psicologia que afirmam serem as
características básicas de personalidade adquiridas na infância e sua mudança não
é frequente, ocorrendo em grandes ciclos, como, por exemplo, da infância para a
adolescência. As tipologias emocionais são formadas por três conjuntos: os
traços cognitivos que dizem a respeito aos processos lógicos de decisão; os
traços emocionais que colocam os afetos, os sentidos e os pensamentos como base
para os comportamentos, e os traços atitudinais, que colocam os valores como os
formadores de disposição em relação aos produtos.
- Os traços cognitivos são
responsáveis pelos processos típicos de raciocínio, de lógica e de padrão
de solução de problemas. Para alguns negócios, como os de jogos
educativos, o tipo cognitivo de consumidor é muito importante, por causa
das habilidade necessárias para o consumo de certos produtos. Essa
tipologia é pouco explorada em Marketing, sua análise pode explicar o
sucesso e fracasso de produtos em segmentos diferentes.
- Os traços emocionais é outro
conjunto de variáveis a se considerar sobre personalidade. Características
como introversão e extroversão pode explicar o modo de compra e consumo de
determinado produto e serviços. Existe um eixo que explicar cada
consumidor diferenciando de seu opostos, ou seja, um consumidor
extrovertido se opõe ao introvertido, assim como o consumidor Pensativo se
diferencia do Sentimental. Deixando claro a forma de cada uma agira na
hora da compra.
- As atitudes são basicamente
um julgamento e uma disposição afetiva em relação aos fatos, às pessoas e
aos objetos. Por meio de pesquisas, podemos saber se há imagens positivas
ou negativas relacionadas aos produtos, como essas imagens foram criadas e
quão fortes elas são. A atitude, portanto tem um lado ideativo, as ideias
que cercam um fenômeno, e um lado afetivo, basicamente de aceitação ou
rejeição.
Os críticos costumam dizer que os
tipos de personalidades se espalham por muitas divisões, o que torna impossível
acompanhar todos. Já os defensores costumam afirmar que os traços psicográficos
são estáveis e têm maior valor de previsão do que a demografia ou os estilos de
vida.
Estilos de vida: Diz
respeito a forma que a pessoa vida o seu dia-a-dia e como aproveita o seu tempo
livre. Expressões populares como patricinha, playboy, dona-de-casa referem-se
a maneiras de levar a vida. Descrevendo os comportamentos de rotina e a quebra
de rotina e as crenças e valores de um grupo, podemos traçar esta tipologia,
isto é, um rótulo que defina um conjunto provável de comportamentos.
Ciclo de vida do Produto: Com a
dinâmica do mercado cada vez mais veloz, o ciclo de vida do produto tem
diminuído. Essa característica do mercado, traz como consequência o estudo mais
acurado dos consumidores conforme estejam dispostos a comprar os produtos logo
no seu lançamento. Surgindo assim uma classificação de quatro tipo de
consumidores:
- Inovadores: Têm o objetivo
de estar a frente do seu tempo, compram o produto no lançamento, não têm
medo de arriscar na novidade;
- Adotantes: também querem
produtos e serviços novos, mas se diferenciam dos inovadores por terem o
aspecto racional de não se arriscarem imediatamente;
- Seguidores: Ele só compra o
produto quando já houve experimentação suficiente, os fabricantes já
colocaram produtos melhorados no mercado e os preços já se tornaram
estáveis;
- Acomodados: Só compram
produtos em declínio. Espera as promoções de queima de estoque para comprar,
não se importante se estão fora de moda.
A existência dessas quatro
categorias de consumidores auxilia os profissionais a criarem planos de
Marketing com mensagens mais dirigidas, conforme o ciclo de vida projetado do
produto.
Modo de compra: Em
algumas áreas de negócios, como lojas de shoppings, a decisão de compra e
consumo parece não seguir um processo muito complexo.Criaram-se algumas
tipologias de consumidor no momento da compra, sendo compra racional ou compra
por impulso. As compras por impulso podem ser classificadas em três tipologias:
Abordagens tradicionais de definição de compra impulsiva; Abordagens
comportamentais; Abordagens psiquiátricas. Para se construir uma tipologia de
modo de compra, é necessário conhecer as intenções e os modos de compradas
pessoas, relacionando-os com sua características demográficas e psicográficas.
Surgem então algumas reflexões e
críticas sobre este embasamentos. As tipologias constituem em um campo atraente
para os profissionais de marketing, pois colocam as pessoas em seus
devidos lugares, com suas características definidos, seus modos de consumo e de
compra. O modelo de tipologia auxilia na construção de muitas ações e
planejamentos como sucesso de vendas ou do produto.
Esse modelo encerra alguns
problemas referentes ao embasamento das leis do fenômeno estudado, pois os
estudos do consumidor estuda o ser humano e o seu processo de escolhas e trocas
de valores, e para isso o modelo de tipologias utiliza a base positivista que
aceita os critérios de regularidades, repetições, previsibilidade e
generalização do comportamento.
- Regularidade:
aceita que o fenômeno estudado possui um grau de variabilidade
estatisticamente insignificante e que podem traçar perfis de media e
desvio-padrão da repetição do fenômeno, ou seja, o ser humano busca uma
regularidade e ordem em sua vida, mas também busca por uma superação dessa
ordem.
- Repetição:
acredita que mantidas as condições ou variáveis, o fenômeno irá se
repetir. Pesquisas ainda não sustentam esse ponto.
- Previsibilidade:
decorre dos dois anteriores. Se um fenômeno é regular e pode ser repetido,
podem-se criar graus de certeza de previsibilidade do fenômeno. Se nos
referirmos ao consumo, poderíamos enfeitar uma loja no carnaval do
mesmo modo que do ano passado com os mesmos preços, poderíamos ter um alto
grau de certeza sobre as vendas.
- Generalização:
aceita que os fenômenos podem ser estudados em amostras e podem-se generalizar
os resultados para todo o universo. A generalização do comportamento de
consumidor mais utilizada se chama Marketing Global, onde sua hipótese é
de que as pessoas possuem traços e comportamentos semelhantes no mundo
todo, independente de raça, pais, cultura etc.
O problema da generalização,
conhecido como problema de hume, coloca os limites de sua conclusão e portanto
de sua aplicabilidade, quando tentamos generalizar o método de previsão de
comportamento para pessoas normais, esbarramos em sua variabilidade e liberdade
de comportamento. Podemos então concluir que as tipologias podem ser
orientadoras de hipóteses iniciais sobre o comportamento do consumidor,
mas não como conclusões para cálculos de demanda.
No Marketing Global
O pressuposto básico de
tipologias rompeu barreiras dos limites geográficos dos país, em um movimento
denominado globalização. Seria difícil imaginar que pessoas que nunca tiveram
contato antes possam ter o mesmo tipo de tipologia, mas marcas como Coca-Cola e
McDonalds afirmam ter estratégias globais, criando propagandas com imagens que
seriam decodificadas em qualquer lugar do planeta.
Alguns antropólogos afirmam que
por mais diferente que sejam as culturas, existem atitudes culturais globais
tais como modalidade esportivas, namoro, cozinha, festas familiares entre
outras coisas. Sendo possível assim, construir um perfil global.
A fácil comunicação entre pessoas
de diferentes culturas e países pode ser aliada neste meio, já que acaba
identificando os grupo com características mais semelhantes. Mesmo que anúncios
globais sejam criados, as empresas como McDonalds, por exemplo, continuam a
oferecer o sua velocidade (fast) de serviço, porém o produto (food) é alterado
para cada região. Deixando claro as preferências de cada público.
Algumas questões são levantadas a
respeito da comportamento de compras de consumidores e globalização,
levando-nos a crer que de certa forma poderíamos estar inserido em uma única
aldeia global, já que a internet nos proporciona a comunicação com cultura tão
distintas, tornando os consumidores mais próximos e seus comportamentos mais
semelhantes.
Por fim, as tipologias são muito
aceitas na área de Marketing, já que colocas as pessoas em seus devidos
lugares, separando-as por características semelhantes que facilita a empresa
para auxilia-las e melhore atende-las. É muito recomendado que cada empresa
tenha suas próprias tipologias, já que cada uma tem seus próprios tipos de
cliente, fazendo um estudo de comportamento e ver como reagem ao produto,
criando assim, classificações para os mesmo.
As tipologias que nascem após
muitos estudos culturais de cada região, sendo bastante específica sobre seus
consumidores, são as que mais têm chance do sucesso. Lembre-se que é como
imaginar uma fotografia de seu cliente, quanto mais detalhes conseguir
visualizar nesta imagem, mais você saberá sobre quem, quando e onde a foto foi
tirada.
Estudo feito sobre o Livro: Comportamento
do Consumidor Autor: Ernesto Michelangelo Giglio 3ª
Edição, abordando o Capitulo: 04 –O modelo de tipologias do
consumidor.
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